"Amar é mover o dom
do fundo de uma paixão,
seduzir as pedras, catedrais...
coração."
(Djavan)
Sedução é uma daquelas palavras que, invertendo o ditado, vale por mil imagens: a serpente lustrando a maçã para Eva; Dalila dedilhando os cabelos de Sansão; dançarinas do ventre com olhos de estrela acima do véu; Don Juan incendiando e derretendo a carne de suas pretendentes...
Seduzir tem a ver com afastar do caminho, desencaminhar, desviar. A sedução convida a sinuosidades, cria veredas, faz percorrer distâncias. Fisicamente, provoca deslocamentos: seduzir é levar a lugares nunca antes visitados. Mentalmente, sugere devaneios: seduzir é fantasiar coisas inimagináveis. Emocionalmente, desperta instabilidades: seduzir é fazer sentir todo o bem e todo o mal quase simultaneamente.
E, no entanto, as distâncias que a sedução parece inventar já estavam todas lá, internas, guardadas dentro do seduzido como o mar se guarda dentro da concha.
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